Em um movimento que redefine o futuro do serviço público federal, a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, anunciou, em entrevista à GloboNews nesta sexta-feira (19/9), a extinção de mais de 44 mil cargos. A medida, que combina o encerramento de postos obsoletos com uma profunda reformulação na estrutura, sinaliza uma mudança de paradigma para quem almeja um concurso público.
Extinção de Cargos Obsoletos
Desde 2023 até agora, o governo já extinguiu 44,5 mil cargos considerados “obsoletos”, que não tinham concursos abertos há décadas. Entre as funções eliminadas estão datilógrafo, ascensorista e motorista, profissões que perderam espaço devido à modernização e terceirização.
A ministra afirmou: “A gente tem cargos que foram criados na década de 1970 e que já não fazem mais sentido. A gente foi detectando cargos que não têm concursos há muitos anos, cargos que a gente sabe que não vai mais precisar.“
Transformação de Cargos na Educação
Além disso, outros 21,6 mil cargos na área da educação que ainda estão ocupados terão o mesmo destino. A estratégia, no entanto, é diferente: eles não serão simplesmente eliminados, mas transformados.
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O Conceito de “Transversalização”
O anúncio mais crucial para os futuros concursados é o conceito de “transversalização”. Isso significa que, conforme esses cargos vagarem, serão substituídos por funções mais genéricas e abrangentes.
Em vez de concursos para “Auxiliar de Biblioteca” ou “Técnico em Laboratório específico”, o governo planeja abrir editais para cargos de atuação ampla. O servidor será admitido para uma área macro e depois alocado de acordo com a necessidade momentânea da administração.
Exemplo Emblemático: Anvisa
Durante a entrevista, a ministra citou um exemplo emblemático que é um alento para os concurseiros: o caso da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Ela explicou que a Anvisa precisava de novos servidores, mas não possuía muitos cargos vagos em sua estrutura. A solução foi inteligente: o governo identificou cargos vagos em outras áreas da saúde que eram obsoletos ou subutilizados. Através de um remanejamento orçamentário e administrativo, esses postos foram “transformados” e realocados para a Anvisa, liberando postos para preencher necessidades reais e atuais da agência.
A ministra destacou: “A partir de cargos vagos da área da saúde foi possível fazer um remanejamento e abrir novas posições na Anvisa. Era uma área que tinham muitos cargos a serem transformados.”
Este caso mostra que a extinção de cargos antigos não é apenas um corte cego. É uma realocação de recursos para onde a administração pública mais precisa hoje, criando novas chances de ingresso por meio de concurso público.
O Que Isso Significa Para Você, Concurseiro?
- Mudança no foco dos editais: Os editais de concurso público devem se tornar mais genéricos, com conhecimentos básicos amplos e menos específicos. A banca examinadora ganhará mais flexibilidade na alocação dos aprovados.
- Maior competição por vagas: Com menos cargos sendo abertos anualmente (a ministra confirmou que a reposição é menor que a saída), a disputa pelas vagas remanescentes deve se intensificar.
- Valorização de formação sólida: Profissionais com formação robusta e capacidade de adaptação serão mais valorizados do que aqueles com conhecimentos ultra-especializados para uma única tarefa.
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